terça-feira, 30 de agosto de 2011

O que tem por aqui? (20/08/2011)

Silêncio... Vazio... Queria alguém pra conversar.

Sabe quando você está em um espaço que abriga alguém e algumas coisas e de repente fazem a mudança daquela pessoa, daquelas coisas e aquele ambiente fica vazio e com eco?

Então... Aqui está assim... Está vazio, tem eco, começa a aparecer uma poeira... Não há luz aqui. Somente penumbra e lembranças. Frio. Faz muito frio e às vezes chove. O sol aparece somente na parte da frente do quintal que sempre tem flores (ou quase sempre). Nos fundos há um jardim que tem tudo para florescer, mas ultimamente não há nenhuma cor por lá.

Já faz mais de um ano que o ambiente está vazio. Durante esse tempo tive que tirar alguns pertences da menina birrenta para que o ambiente chegasse ao estado atual. Engraçado é que ainda escuto conversas lá no ambiente externo sobre a menina birrenta e as atrocidades que ela andou fazendo por aí... Isso me deixa triste, pois percebo que ela andou bagunçando vários ambientes por falta de maturidade...

Já faz uns três ou quatro meses que a bossa nova entrou aqui não quis tocar nessa poeira. Não quis nem ao menos conhecer todo o ambiente... Preferiu conhecer só o quintal e o lado de fora que ainda tinha algumas flores. E quando eu já estava para convidá-la para um jantar especial de inauguração do novo espaço, ela foi embora apenas com a lembrança das rosas do quintal... Ela foi acolhida no ambiente do "espantalho fumante" (kkkk) que sonhara e não no meu ambiente. Ah, ta bom vai... Isso foi uma dor de cotovelo mesmo. hahahaha Mas foi dor de cotovelo porque o ambiente da bossa nova era muito bom. Era desordenado, sem horários, mas no quintal dela havia um clima diferente, uma música tão boa... Nossa, eu viajava completamente... E sou daquelas idiotas apaixonadas que acho que qualquer abraço gostoso, olhar apaixonado são sinais para manter viva a minha esperança. Mas a vida é assim mesmo, a bossa preferiu o espantalho, como no filme "500 dias sem ela". 

Apareceu uma outra pessoa que chegou com um balde cheio de água e com uma vassoura na mão, mas eu não permiti que ela entrasse. Mas eu tive meus motivos... Essa outra pessoa é do tipo que não sabe ficar sozinha. Ela estava com poeira de outro ambiente, com umas marcas estranhas... Umas coisas mal acabadas, sabe? Fiquei com medo que ela se encantasse com o quintal e fosse embora como as anteriores e nem dei chance pra ela começar a limpar... Afinal ela também tinha o espantalho dela (e ela era quem fumava...) (kkkkk) Cá entre nós, eu tenho medo de espantalhos e do que eles podem me causar!

Ultimamente eu tenho ficado mais tempo no portão olhando as pessoas passarem. E ali no portão passam pessoas de todos os tipos e eu só observo. Faço contato com algumas pessoas, olho nos olhos, troco algumas palavras. Mas até o momento nenhuma delas me fez ter vontade de abrir o portão e preparar um jantar especial. Entende isso? Não consegui enxergar alguém que merecesse ou alguém que parecesse ser capaz de fazer essa casa balançar de novo e voltar a ser um ambiente alegre.


Em alguns momentos nesses últimos meses eu cheguei a pensar que o que impedia era a esperança de ver meu sonho realizado. Em outros momentos parecia que o sonho era tão irreal que só tinha restado tristeza naquele ambiente. Em alguns momentos eu tenho medo de me empolgar e essas histórias se repetirem de maneira desastrosa.


Muitas pessoas que passam no portão deixam claro que preferem a liberdade das ruas. Eu digo que também prefiro, mas prefiro ainda mais ter a liberdade da rua e ter alguém a esperar, alguém pra cuidar, pra preparar jantares especiais, pra viajar por aí e saber que há alguém que me espera também. Simples e bobo. Mas é a verdade. A total liberdade me causa um vazio maior do que o vazio que há nessa casa. Sou intensa em tudo o que eu faço, não sei ser metade e nem sei dosar as coisas boas que há em mim.

                        Nesse momento, inicia a limpeza desse ambiente... Daqui a pouco estará tudo brilhando e realmente não será qualquer pessoa que vai entrar aqui. O difícil é reconhecer de longe quem merece e quem não merece... rs Mas, fazer o que, se for preciso depois eu limpo tudo de novo. O que não dá mais é pra ficar nessa casa escura, suja, fria e vazia lamentando o que aconteceu e o que deixou de acontecer. Então, bom dia madrugada chuvosa!!!!

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