segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Celeron - Parte I

[Para ajudar meu processador, acho que preciso falar sobre isso com alguém... Mas não tenho ninguém pra conversar sobre isso agora... Então, vou escrever...]
           
Entre essas idas e vindas ao portão virtual, encontrei a mineira legítima (porém leonina fajuta) passeando na rua alguns dias depois do meu aniversário [até achei que era o presente de aniversário que a vida estava me dando]... Muita gente (inclusive eu) ainda acha que é muito estranho criar afinidade com alguém pelo portão virtual... Mas... Foi o que aconteceu. Naquele dia fui dormir bem feliz por ter encontrado finalmente uma pessoa divertida, inteligente e que tinha uma conversa bacana. Acho que por sentir essa energia boa, tive muita vontade de conhecê-la mais. E, naturalmente, arrumei tempo para que isso acontecesse. Na verdade acho que todo mundo é assim... Quando há algo que realmente interessa, a gente arruma tempo de algum jeito.

Nesse início as coisas estavam indo bem... Conversávamos naturalmente e por bastante tempo durante os dias que se passavam... Nos vimos pela web... Conversamos pelo telefone... Óbvio que a minha vontade de vê-la só aumentava, passava os dias inteiros só esperando a noite pra poder falar com ela. Eu acho que essa proximidade toda nos deixa meio fora da realidade. Porque ao mesmo tempo que você começa a “conhecer” alguém, você não tem o contato físico, que pra mim é fundamental, como aquela história de olhar nos olhos, sabe?


Começamos a trocar músicas. Adoro ouvir música. E isso ajudou mais ainda a me deixar envolvida nessa história toda, porque a música traz lembranças... E eu passava os dias e as noites ouvindo as músicas que trocamos... Ou seja, é como se eu passasse os dias com ela aqui do meu lado. Ela me falou que adorava a Luiza Possi, e eu apesar de conhecer muito pouco da “Lulu”, fiquei sabendo que teria show dela... Conversei com a leonina fajuta e mais que depressa comprei os ingressos pra gente ir ao show sem nem mesmo conhecê-la pessoalmente. Queria fazer algo que pudesse deixá-la feliz.

Uma semana depois de tê-la encontrado no portão virtual, era aniversário dela e aproveitei pra dar um jeito de vê-la... Foi tudo muito rápido, tudo muito bom. Acabou que eu fui pra uma balada onde ela comemoraria o aniversário dela... Por um instante, achei que não a encontraria, até porque ela estaria com os amigos e eu não sabia até que ponto realmente seria interessante pra ela me ver nessa situação. Mas o que aconteceu foi que ela me encontrou e eu travei naquele sorriso dela... Sabem como é quando isso acontece? Nossa, que linda! É como se eu já estivesse meio maravilhada pelo conteúdo e agora a junção do conteúdo com o físico, era perfeito... Era o que eu havia imaginado... Depois de algumas tentativas meio frustradas de conversar (devido ao som alto), ela me beijou e por uns instantes era como se a música tivesse parado e as pessoas tivessem sumido de lá. Foi muito bom, pena que foi rápido demais, porque logo em seguida ela teve que ir caçar o amigo perdido.

O que foi mais engraçado é que apesar desse pouco tempo, senti vontade de protegê-la... Fiquei preocupada com ela. Entende isso? Eu explico. A situação daquele momento era que eu estava cansada, com sono (já era umas 4h da manhã), eu teria que dirigir uns 30 Km pra voltar pra casa e ainda tinha que tomar conta do Du, porque ele não tava muito bem. A mineira ainda estava lá procurando o amigo desesperadamente pra conseguir ir pra casa dela. Então, sabe o que eu fiz? Eu larguei minhas coisas pra ir ajudá-la a procurar o amigo perdido... É... Tive vontade de protegê-la e ajudar de alguma forma... Esse é o meu jeito, fazer o que? Após resolver esse problema e ela encontrar o casal de amigas cariocas, peguei meu carro e fomos todo embora... Cada uma para o seu lado...

Comprei chocolate pra dar pra ela no aniversário e após esse dia, acho que acabei insistindo demais pra reencontrá-la... E ela não tinha tempo. Mandei um e-mail pra ela... E queria ter escrito muitos outros, mas ela nunca respondeu nem o primeiro. Queria vê-la, sair pra conversar a toa, conhecer mais... Passear por aí sem compromisso com nada, ir ao cinema ver algum filme pra depois comentar, sair sem preocupação com horário, sem barulho... Como uma conversa num bar, uma tarde num parque qualquer...

Comecei a sentir algumas diferenças na forma como ela me tratava... Alguns dias depois do aniversário dela, apareceu uma ex que a procurou pra conversar... As amigas cariocas terminaram o namoro... E a leonina fajuta conversou um pouco comigo dizendo que estava travada, que depois de alguns traumas já não conseguia confiar nas pessoas e que preferia ir com calma... Mas, na minha inocência, o ir com calma era diminuir a intensidade das coisas... E por mim tudo bem... Já to sozinha há tanto tempo, por mim não haveria problema nisso... A minha pressa era porque eu tinha gostado muito dela e era natural querer conhecer mais, ficar perto... Enfim... Com o passar dos dias, percebi que na verdade eu tinha entendido errado, pois com pequenas atitudes ela foi se afastando. Mandei sms pra ela numa dessas madrugadas dizendo que tava com saudade e que eu andava pensando demais nela. Ela também não respondeu... Então foram indícios de que realmente algo estava mudando... Mas fiquei lá em stand by esperando pra ter certeza porque eu não queria precipitar nada... Só queria respeitar o tempo dela... Esse afastamento doeu um pouco...

Os dias passaram... Chegou na semana do show e a comunicação diminuiu mais ainda. Cheguei a pensar que ela desistiria. Numa dessas conversas ela disse que tava com uns problemas, mas que a gente conversaria pessoalmente. Senti que não era algo bom, mas eu já não tava sentindo algo bom há algumas semanas... Nem sei se eu tava preparada pra o que viria, mas não tinha pra onde fugir né? Tem coisas que tem que ser resolvidas, independente de outras coisas.

Chegou o dia do show... Quando avisei que havia chegado, ela disse que já estava vindo, demorou um pouco e me ligou de volta dizendo que havia recebido uma notícia ruim da mãe dela e estava com voz de choro. Fiquei lá esperando... Na verdade era um mix de sentimentos... Tava feliz e nervosa porque iria revê-la... Preocupada porque ela já havia dito que estava com alguns problemas que precisava conversar comigo e agora mais essa notícia que a mãe dela havia dado.

Ela apareceu lá na rua, linda como sempre... Sou suspeita pra dizer que até com cara de choro ela é bonita e tem uma energia especial... Bem, tudo o que tinha que ser dito, foi dito em uns 10 min de conversa no meu carro... Acho que eu fiquei tão passada com todas as informações que fiquei meio sem reação. Acho que todo mundo já passou por isso um dia. A notícia da mãe dela era que havia falecido uma pessoa da família e que era especial para ela. O problema era que uma das amigas cariocas que terminou o namoro no dia que eu a conheci, está apaixonada por ela e ela disse que está confusa. Mas é evidente que ela está apaixonada também, pois falou que isso pode até dar namoro... Disse que pode dar namoro porque são muito parecidas...

Bem, acho que qualquer um que tivesse sentindo o que eu estava sentindo não conseguiria ver o show da maneira mais adequada... Me senti extremamente incomodada... Fui ao banheiro dar uma respirada, lavar o rosto... Eu não podia simplesmente ser egoísta e estragar o show que ela gosta tanto... Tipo, sabe quando você ta num lugar lotado de gente e o que você mais quer é ficar sozinha? Nossa... É indiscutível que o show da Lulu é bom, as músicas são lindas e ela parece uma criança no palco... Agora pensa... A leonina fajuta de costas pra mim + grudada no celular com a outra + a minha TPM + as músicas lindas da Lulu = ?
É óbvio pra quem me conhece que o “?” é chorar... ahuahuaha

Quando fui levá-la pra casa, achei melhor ao menos dizer que eu preferia que ela tivesse me contado tudo isso pelo msn do que pessoalmente... Durante o show eu fiquei pensando nessa história toda... Vendo aquela cena... Acho que se eu tivesse sabendo dessa história toda eu já teria digerido melhor...No final da conversa ela perguntou se eu não falaria mais com ela... Eu disse que não tenho porque não falar... Não tenho motivo pra isso. Não sinto raiva dela, ao contrário... Ela foi sincera comigo, não foi? Melhor assim... Ela não me deu alternativa alguma, ela resolveu as coisas da melhor forma pra ela, e não quis nem me conhecer. É evidente que ela não me conhece e não prestou atenção em nenhum dos detalhes... Nem e-mail, nem mensagem. Ela nem lembrava como eu sabia que o chocolate preferido dela é o twix. O fato é que ela não quis me conhecer, ela deve ter os motivos dela e é direito dela, oras. Ninguém é obrigado a nada.

Ontem na conversa ainda brinquei com ela dizendo algo que eu sempre digo... Para assuntos amorosos o meu processador é celeron... E é daqueles bem antigos que demora muitoooo pra processar esse tipo de informação. E é isso... Vivi algumas sensações sozinha por um mês [mais uma vez] e sei lá quanto tempo vai demorar pra isso sair daqui. Mas isso não importa. O que importa é que de alguma forma apareceu mais um professor na minha vida né? Num desses meus pensamentos revoltados, pensei que Deus deve me amar demais pra me ensinar tanta coisa em 1 ano e 2 meses né? Tenho certeza que apesar da leonina fajuta já ter o link desse blog, ela nunca vai perder o tempo dela pra ler isso. Falo isso porque ela não se deu nem o trabalho de responder e-mails... Por isso me sinto à vontade pra escrever de uma forma pra desabafar um pouco tudo o que coração ficou guardando por estar sufocado pela razão.

O que eu quero agora? Quero que ela seja feliz. Boa resposta? Não sei se é boa... Ela me perguntou o que eu achava que ela devia fazer afinal ela ta apaixonada por uma amiga que terminou o namoro com outra amiga dela há 20 dias... Só respondi que ela deve fazer o que achar que é certo, afinal ela terá que escolher entre um possível namoro ou uma amizade... Disse que ela deve fazer o que o coração mandar. Acho que é isso né? Fui coerente com o que eu penso, com o que faço da minha vida e consegui ser imparcial à situação sem me enfiar nesse assunto. Certeza que se fosse outra pessoa ia responder. “Ah, você deve ficar comigo porque além de eu estar sozinha há bastante tempo e não ter nenhum rolo pra te preocupar, ainda moro bem perto de você.” Hahaha Mas é claro que eu não falaria isso, ainda mais imaginando a situação toda de que realmente ela não me conhece, pois não há nada que pudesse fazer ela “me escolher”.

Enfim... Precisei escrever esse jornal todo pra me ajudar a entender melhor essa história... Pra desabafar um pouco com meus botões... Não coloquei todos os detalhes aqui que fizeram a leonina fajuta ser tão especial pra mim... Acho que não precisa de mais detalhes... Mais uma história que eu acho que poderia ter dado certo que teve um final triste pra mim. Mais uma história com alguns espantalhos no meio... Espantalhos me perseguem... Mas pensando pelo lado bom, naquele filme foram 500 dias com ela e essa história foram 30 dias... ahuahuahuaha Nesses casos, a melhor coisa é tentar ter bom humor e respeitar os limites de quando a tristeza vem com tudo.

 

Nando Reis – Gostava tanto de você



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