quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A história das “minas”

É muito difícil descrever “as minas”... Mas vamos lá...

Essa menina perdeu o pai quando tinha 13 anos e foi criada praticamente por sua mãe que até então era dona de casa e fazia alguns serviços de costura esporadicamente para ajudar no orçamento da casa já que seu marido estava com câncer e já não conseguia trabalhar como antes. Os últimos anos de vida do pai dessa menina foram bem complicados, ele teve que amputar uma de suas pernas devido ao avanço da doença. É... Em 1970 o tratamento para câncer era muito precário...

O pai da menina faleceu em 1974 e desde então a mãe da menina teve que ir à luta para criar sua filha e seguir a vida. Admirável a força dessa jovem viúva de 35 anos. Mais admirável ainda é vê-la falar do amor que tinha pelo seu marido. Ele, um cara descendente italiano, extremamente justo (ou certinho, como falam por aí), trabalhador. Um cara de bom coração, ético. Mas Deus sabe o que faz e não cabe à nós pobre mortais questionar o por que de tudo.

[Nesse aspecto tenho uma visão mais espírita da coisa... Acho que todos tem seu papel a desempenhar aqui, e que antes mesmo de nascer já aceitamos e sabemos o script da coisa. Sou super aberta à assuntos como religião e gosto de conversar sobre isso porque a gente sempre aprende mais, se abre mais.]

            Os anos se passaram, a menina virou mocinha, começou a trabalhar também. E como toda história de menina, um belo dia ela se apaixonou por um príncipe... Mas a mocinha era muito jovem... Tinha 20 anos e tal, primeiro namorado, primeiro beijo. E sua inocência não permitiu que ela enxergasse o verdadeiro sapão que era o príncipe. [rs] Escrevo dessa forma porque acho que o sapão (meu pai) nunca foi a pessoa que a mocinha (minha mãe) merecia. Mas, aí é outra questão que não adianta eu questionar... Como disse acima, não cabe a mim, pobre mortal...

            O fato é que após alguns poucos anos de namoro, resolveram se casar e tal, e o sapão fez a mocinha abandonar o trabalho, pois agora seria a “Senhora Sapão” e não deveria trabalhar. Como naquela época os homens é que mandavam, lá foi a mocinha “obedecer” as ordens do seu “dono”. Eu tenho um asco enorme dessas coisas machistas...

            Bem, independente de qualquer história o que tenho a dizer é que sou muito grata por ter tido a sorte de ter uma mãe como a minha. Devo a ela grande parte do que sou e do que não sou também. Já tive meus momentos de “choque” com ela, mas o amor sempre foi muito maior e sempre superou tudo. Acho que aprendemos muito uma com a outra, principalmente porque ela é muito mais minha amiga do que qualquer outra coisa. Claro que brigamos. Brigamos, falamos um monte e depois de uns minutos já estamos conversando numa boa. Prefiro assim. Prefiro ter liberdade de me expressar e de ouvir críticas na cara dura do que o silêncio de alguém que mal te conhece. Óbvio que há toda aquela preocupação de mãe, principalmente por eu ser filha única, mas com o passar dos anos tudo foi se ajeitando. É óbvio também que eu não sou a filha que ela imaginou e idealizou, mas faço o possível para sempre deixá-la feliz de alguma forma.

            Dessa vez preferi ser mais sucinta pra poder contar outras histórias em outros momentos. Acho que se eu me prolongasse demais aqui, poderia perder o brilho de outras histórias.

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